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quarta-feira, 1 de março de 2017

Didgeridoo de Rolos de Cartão

Bem didgeridoo de rolos de cartão... soa mal, mas se pensarmos que por norma são construídos com o cartão dos rolos de papel higiénico, não fica melhor pois não?
Bem, há uma razão para este ser a principal matéria-prima, como o cartão dos rolos de papel absorvente de cozinha, é tudo material que temos por casa e que de outra forma iria para o lixo (ou reciclagem). Para além destes doi exemplos qualquer outro rolo de cartão que não seja canelado, também funciona. Como os materiais utilizados podem variar consoante a facilidade de os adquirir por quem o está a fazer, estejam há vontade para os alterarem.
No final do artigo vou colocar uns links com algumas páginas com instruções de como fazerem este instrumento com este tipo de material, para que possam retirar alguma informação que me tenha escapado, ou para verem outras formas de o fazerem.
Antes de iniciar a construção devemos ter a ideia de que o comprimento e o diâmetro do instrumento influência o tom do som produzido, tal como a temperatura do ambiente onde está a ser tocado e a temperatura do próprio instrumento. Para melhor compreender este fenómeno deixo no final uns links sobre o assunto em Física do Didgeridoo.
Outro ponto que devo alertar é que quando fiz os dois instrumentos não havia nenhum plano para fazer um manual de construção, estou a referir isto pois não tenho nenhum registo, das quantidades que utilizei.


Material:
- rolos de cartão;
- fita adesiva de pintor (fita de papel);
- verniz aquoso;
- cola branca;
- papel de jornal;
- tesoura;
- pincel.


O primeiro passo é fazer a parte cilíndrica central do didge, pegando nos rolos e uni-los com a fita de pintor formando um tubo. Nesta parte é onde os cálculos, que falei anteriormente, começam a ser necessários caso a frequência emitida ao tocar seja relevante, o comprimento do tubo conta, no exemplo das fotos devo ter utilizado 10 ou 11 tubos de papel higiénico e sem qualquer estudo de qual a nota (musical).
Para fazer o bucal utilizei cartão de papel absorvente de cozinha, no qual fiz dois rasgos de aproximadamente 1/3 a 1/2 do comprimento do tubo de forma a fazer uma forma cónica, em que uma das extremidades terá o diâmetro aproximado de 3 cm. Para mantermos a forma, e para unir ao resto voltamos a utilizar a fita de pintor.
Agora a barriga do didge, ou a parte por onde o som sai, convém que esta extremidade também seja cónica mas de forma inversa ao do bocal. Para isto podemos optar por duas formas, uma fazemos o mesmo tipo de rasgos no tubo, que se fez na outra ponta, mas em vez de ser dois rasgos passamos a fazer quatro. Com uma tira de cartão, com o comprimento aproximado ao perímetro que pretendemos, e vamos colando cada uma das quatro partes, ficando assim a abertura com o diâmetro desejado.
1ª parte
1ª parte
Por outro lado ficamos com aberturas laterais que mais tarde vão ser tapadas, no meu entender, não achei que na barriga do didgeridoo termos as paredes com espessuras diferentes não seria uma boa opção. Por isso o que fiz foi pegar em rolos corta-los, para ficarem com o formato rectangular, e com eles fazer um cone que será a extremidade por onde o som sairá (didgeridoo bell), terminando com a união deste módulo ao resto com fita.




Assim terminamos a parte de “montagem”, agora vem a parte mais chata que requer mais tempo e paciência. Afastamos o protótipo do didgeridoo da nossa frente e pegamos numa tesoura e cortamos as folhas dos jornais em tiras, não muito largas e com o comprimento de uma única folha, gostaria de vos dizer quantas folhas serão necessárias mas isso vai depender do tamanho e diâmetro, tal como do número de camadas que iremos colocar. O segundo didgeridoo que colei quatro camadas de jornal, dizem que quanto mais camadas melhor o som.
2ª parte
2ª parte
Depois de ter um monte de tiras de jornal, pegamos no pincel e começamos a espalhar a cola na parte exterior, esta deve ser espalhada por toda a área da tira para que não haja nenhuma bolha de ar pelo meio, e ajudando a ter uma superfície uniforme no final. O didge deve ser todo ele preenchido com as folhas, de uma ponta a outra, incluindo a bell e o bucal. Após cada camada ser colocada, devesse esperar que a cola seque para depois colar a próxima sem danificar o papel humedecido pela cola ainda fresca.



Quando tivermos terminado isto e olhamos para ele podemos achar que não está bonito, com todos aqueles bocados de notícias e publicidade colados. Para lhe darmos um aspecto melhor há quem utilize papel colorido, páginas de revistas ou de bandas desenhadas, também coladas, no meu caso comprei tinta em spray para o pintar de uma ou varias cores.



Depois de tudo isto entramos na parte final do nosso projecto. Como isto é um instrumento de sopro, ao tocarmos vamos passar alguma saliva para o seu interior e o cartão não tolera muito bem a água, temos que revestir o seu interior.

Pegando no verniz e numa das pontas do didge vamos vertendo o líquido para o seu interior, rodando-o em simultâneo, para que todo ele seja coberto. Aconselho que se verta na barriga (bell) pois o bucal facilita a recolha, para outro recipiente, do excesso de verniz.
Como o seu interior está cheio de irregularidades é preferível passar duas de mão para garantir que todo o cartão está protegido, aqui podemos utilizar o excesso da primeira de mão, reaproveitando o que seria desperdício. Para o exterior também devem envernizar com o mesmo verniz, ou se utilizarmos tinta em spray um verniz para este tipo de tinta (normalmente também em spray) se bem que com o aquoso também dá.












Links
Física do Didgeridoo (eng)
Wikipédia
Didjshop.com

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Construção do Didgeridoo

Com origem na Austrália os didgeridoos tradicionais são produzidos a partir de troncos ou ramos de árvores endémicas em especial dos eucaliptos. Os artesãos, na recolha da matéria-prima têm que identificar uma árvore onde o tronco ou ramo esteja oco, não por apodrecimento da madeira mas sim pelo trabalho das térmitas no seu núcleo. Existem várias técnicas para identificar a árvore com a cavidade perfeita, desde conhecimento da paisagem, padrões de atividade das térmitas e teste de ressonância, tirando a casca da árvore e batendo com o nó dos dedos, com um machado ou com outro instrumento.
Creative Native
Quando a árvore adequada é encontrada, é limpa, retirada a casca, as duas extremidades aparadas e o exterior trabalhado, tomando assim a forma do instrumento final. Antes de ser finalizado pode ser pintado por fora, ou deixado com a sua cor natural, no interior deve ser aplicado uma camada de protetor para isolar a madeira da saliva. Se o tamanho do bocal for demasiado grande, pode ser aplicada cera de abelha, ou um aplique em madeira para permitir ao músico vedar com os lábios o bocal do instrumento. Esta é a forma tradicional de produzir este instrumento, até existe um certificado de autenticidade que nos permite saber que foi trabalhado por um artesão que utiliza as técnicas tradicionais na construção. Ao comprarmos um didge certificado para além de mantermos a tradição de construção deste instrumento, obtemos uma ressonância mais preenchida derivado às cavidades feitas pelas térmitas, à qualidade da madeira e acabamentos.
Com a colonização e mais recentemente, com a internet o didgeridoo foi ganhando o seu espaço por todo o Mundo. Com isto foi sendo adaptado e construído de formas e materiais diferentes, consoante a disponibilidade no local. Assim podemos encontrar agora didgeridoos de canas de bambu, Agave Angustifolia (piteira), árvores endémicas do país, fibra, vidro, PVC e até de rolos de papel. Esta ultima opção para a construção deste instrumento é um tanto quanto estranha, mas funciona, dos 3 didgeridoos que tenho um foi comprado e os outros dois foram construídos com rolos de papel. Sabendo que a densidade do material utilizado influencia o som emitido pelo instrumento, e que quando feito com madeira se deve utilizar madeiras mais densas para produzirem a ressonância necessária, então porque “raio” utilizar rolos de cartão... Também fiquei a pensar nisto, mas no YouTube tem uns vídeos de um músico Português, Rodrigo Viterbo a tocar num feito desta forma. Com mais algumas pesquisas descobri que com verniz aquoso a revestir o cartão, protege o material da humidade e enrijece-o permitindo ter a ressonância certa para este instrumento. Penso que em outro artigo já fiz referência a isto, o didgeridoo que comprei não é feito da madeira adequada, sendo o som produzido de inferior qualidade aos dois didges feitos por mim em rolos de cartão.


http://nave.pt/blog/2013/03/25/workshop-didgeridoo/ Sendo assim uma forma económica de se iniciar, e ao mesmo tempo ter um instrumento de melhor qualidade dos que encontramos à venda em feiras. Para além desta técnica, a de construção em tubos de canalização (em PVC) também é dito que a qualidade musical é equiparada a um de madeira (madeira certa para isto) e mantendo a parte económica. Esta última não posso explicar melhor dado que nunca fiz nenhum a partir deste material. Na próxima publicação explico como fazer o didge de rolos de cartão, com algumas fotos do meu segundo.










Links
HowToPlayDidgeridoo
Spirit Gallery


Bibliografia (Texto, Imagens e Vídeos)
NAVE
Wikipédia
Spirit Gallery
Creative Native

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O Didgeridoo (parte 2)

Voltando para a segunda parte sobre este instrumento, e falando dos seus efeitos benéficos para a saúde e para a qualidade de vida.
Acredita-se que as baixas frequências produzidas por este instrumento beneficiam no relaxamento e que têm um efeito positivo na indução das ondas alpha no cérebro, ondas associadas com a meditação profunda. E sendo um instrumento de sopro trabalhamos o nosso sistema respiratório, em especifico as vias aéreas superiores em especial quando utilizamos a técnica de respiração circular.
Como praticando este instrumento exercita as vias respiratórias superiores, fortalecendo os músculos associados à respiração os mesmos que durante a noite, em algumas pessoas, relaxam provocando o ressonar e em casos mais graves a apneia de sono (ou síndrome da apneia obstrutiva do sono, SAOS). Ambos os distúrbios são causados pelo relaxamento dos músculos das vias respiratórias superiores, que no caso do ressonar (Roncopatia) provoca a vibração das paredes que produzem o dito som.
A Roncopatia pode ser causada não só pelo relaxamento mas também pelo desvio do septo nasal, aumento da língua ou das amígdalas, abaixamento do palato, tudo o que possa fazer diminuir os diâmetros da via aérea superior (nariz, nasofaringe e orofaringe). Todo o indivíduo que ressona de uma forma continuada deve consultar o médico assistente ou médico especialista em sono para que seja feito o despiste de problemas associados, avaliação das consequências e possíveis tratamentos.
http://www.didgeridoobreath.com/Natural-Finish-Didgeridoos-s/28.htm
DidgeridooBreath
No caso da Apneia de Sono o relaxamento muscular é de tal forma grave que para além do ressonar, as vias são completamente obstruídas com um ressonar mais alto e a paragem por completo da circulação de ar, que pode provocar que a pessoa acorde durante o sono. Tanto no caso da Roncopatia como no do SAOS os distúrbios de sono causados ao individuo tal como à companhia, provocam cansaço ao acordar e sonolência durante o dia.
Dezenas de pessoas têm SAOS e muitos não sabem que o têm, este problema é mais acentuado nos homens com idades entre os 30 e os 65 anos. O British Medical Journal publicou um estudo, em 2005, onde foi submetido um grupo de pessoas com este distúrbio a aulas de Didgeridoo e prática diária em casa por quatro meses. Após os quais, e em comparação com o grupo de controlo a sonolência durante o dia e o número de ocorrências de distúrbios durante o sono melhoraram significativamente. Em relação a este estudo encontrei um pequeno vídeo sobre como o tocar Didgeridoo exercita as vias aéreas superiores, Vídeo.
Com este teste pode-se concluir que o treino regular das vias aéreas superiores, neste caso com o Didgeridoo reduz a sonolência durante o dia e o ressonar, para pessoas com SAOS e Roncopatia moderada, melhorando a qualidade do sono dos indivíduos como a das suas companhias.


Parte 1









Links
Wikipedia PT
Apneia do Sono


Bibliografia (Texto, Imagens e Vídeos)
Didgeridoo Breath
Aboriginal Arts
Wikipedia EN
iDIDJ Australia
Minha Vida
Clinica do Sono

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Didgeridoo (parte 1)

O didgeridoo é um instrumento de sopro proveniente da Austrália, originalmente feito de madeira de eucaliptos escavados no seu interior por larvas de térmitas, ou de canas de bamboo.
Este instrumento tem origem no norte da Austrália na área de Arnhem Land, alguns historiadores sugerem que é o mais antigo instrumento musical, com 40.000 anos mas os registos mais antigos foram datados em 2.000 anos num desenho de uma caverna no território do norte australiano. Num dos websites de onde retirei informação para escrever este artigo, encontrei uma linha temporal desde as incursões dos colonizadores europeus ao território de origem do didge Linha Temporal.
Este instrumento era usado tradicionalmente em cerimónias acompanhando danças e cantos, como também tocado de forma recreativa fora das cerimónias. Nos dias de hoje a tradição da sua utilização na vida cerimonial ainda se mantém em grupos aborígenes do norte, mas a sua maior utilização é para fins recreativos.
DidgeQuest
DidgeQuest
Nos dias de hoje seria considerado ridículo, mas como em outras crenças, o didgeridoo era tocado exclusivamente por homens.
Existem vários sinónimos para o didge como didgeridoo, didjeridu, didjiridu, didjerry, dijeridu, didjereedoo e didjeridoo nenhum deles sendo de origem aborígene.
Mesmo na própria Austrália os sinónimos são variados dado a multiplicidade de dialectos falados nesta zona, segundo o Prof Trevor Jones (Monash University)¹ há pelo menos 45 diferentes sinónimos para didgeridoo. Para além dos vários dialectos outro fator para a diversidade de nomes é o material do qual foi fabricado e o nome do artesão. Passo a citar alguns dos nomes usados na Austrália como: yidaki, ngarrriralkpwina, yiraka, rirtakki, wuyimba, artawirr, garnbak, djibolu, kurmur, ngaribi, bambu, martba, paampu e ilpirra.





Aboriginal Arts
Aboriginal Arts




Resumi os pontos culturais que me pareceram mais relevantes deste instrumento, que já há algum tempo me fascina, mas que só adquiri um há 3 anos. Ainda tenho mais para dizer sobre ele, o que ficará para os próximos posts sobre este assunto.





Parte 2






Bibliografia (Texto e Imagens)
Didgeridoo Breath
Aboriginal Arts
Wikipedia EN
iDIDJ Australia
DidgeQuest

terça-feira, 1 de outubro de 2013

As minhas Cornetas

Bem venho mostrar um dos meus brinquedos, melhor uns dos meus brinquedos.
Bem são três cornetas que de cornetas não têm nada, são três didgeridoos também conhecidos por Yidaki, são instrumentos de sopro de origem australiana. Mas mais tarde irei fazer um post sobre a sua história.
Nenhum dos meus vieram da Austrália, mas ainda não coloquei de parte adquirir um proveniente de lá e fabricado por um indígena.
O primeiro foi comprado, possivelmente produzido na Indonésia de madeira teca (ou teak), do que me informei não é a melhor madeira para este tipo de instrumento, que produz o seu som através da sua vibração.
Os outros dois fui eu que os fiz, mas depois farei um post de como fazer didgeridoos sem gastar quase dinheiro nenhum e que podem ter um som mais preenchido do que os comprados de madeira (como o meu primeiro) e gravar o som de cada um deles.